Miriam Machado, Stella Szabo e Bela Trejgier vão pelos menos três vezes por semana ao supermercado conferir e comparar preços. Mas essas donas de casa não estão apenas procurando as melhores ofertas.
Elas fazem parte do grupo de pessoas cadastradas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para coletar, em diversos estabelecimentos com vendas ao consumidor final, os preços que deverão compor os índices de inflação calculados pela fundação, como o IGP-M e o IPC. Com a experiência de quem acompanha a variação de preços no varejo há vários anos, elas garantem: pequenos cuidados e dicas simples podem reduzir em até 30% as despesas desse item do orçamento.
A paulistana Stella Szabo, por exemplo, colabora há 19 anos para o cálculo dos índices inflacionários. E nessas quase duas décadas de trabalho pesquisando preços, ela estabeleceu algumas regras para evitar o desperdício no mercado e diminuir as despesas domésticas. A primeira delas é dividir as compras em várias visitas às redes varejistas.
A cada dez dias, Stella vai o supermercado com a tarefa de repassar os preços coletados à FGV. Mas, ela sai às compras pelo menos duas vezes por semana para abastecer sua despensa - em geral, às quartas-feiras e aos sábados, dias em que costuma encontrar um número maior de ofertas. A despeito da alta dos preços dos alimentos verificada ao longo de 2010, ela acredita que não vale a pena fazer grandes compras de uma só vez. Para Stella, ir várias vezes ao mercado ainda é a melhor opção para economizar.
Opinião compartilhada pela carioca Miriam Machado, que aproveita os dias de pesquisa de preços para levar os produtos em oferta para casa. “Esta semana, ao inserir o preço do chuchu no palmtop, percebi que houve uma variação de 100% desde a última verificação que fiz. Diante dessa alta, substituí o chuchu pelo quiabo na minha lista da semana”, afirma.
Ser flexível e não apegar-se a um produto ou marca específica é um dos principais conselhos dados pelas donas de casa. Economista da FGV, André Braz lembra que a substituição é uma das formais mais simples de economizar. A estratégia é válida, sobretudo, para a categoria alimentos in natura, como verduras, legumes e frutas. “Nesse conjunto, é fácil trocar um item por outro, o que não acontece quando se trata de produtos como carne, leite ou arroz”, diz o economista.
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