O euro encerrou o mês de janeiro como o ativo mais valorizado entre as diversas modalidades de investimento, com alta de 3,52%. A explicação, na opinião de analistas, é que, como o ouro havia subido muito em 2010 – mais de 30% -, os investidores partiram para outros ativos. Foi a maior alta para a moeda europeia desde setembro, quando teve alta de 3,60%. A preocupação com a volta da inflação, tanto no cenário externo como no interno, deu o tom do humor do investidor.
O desempenho dos ativos
No mês de janeiro, em %
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Fonte: Fabio Colombo
“A valorização do euro foi causada por uma perspectiva melhor para a região na visão dos investidores”, afirma Fabio Colombo, administrador de investimentos. A moeda foi considerada, também, segundo o especialista, como uma alternativa ao ouro, que já havia valorizado demais no ano passado. Como conseqüência, o metal encerrou o mês com o pior desempenho entre os ativos, com baixa de 9,39%.
Há uma grande preocupação entre investidores com a volta da inflação em diversos países, o que tem gerado incertezas nos mercados. Segundo Clodoir Vieira, economista-chefe da Souza Barros Corretora, há um sentimento nas mesas de operação de que a qualquer momento a China tomará medidas para conter a alta dos preços, adotando medidas que podem influenciar diversos segmentos. “Preocupações com a volta da inflação nos Estados Unidos, Europa e China agitaram os mercados, o que gerou temores de antecipação da alta dos juros nos mercados desenvolvidos”, diz Colombo. “No final do mês, a divulgação do PIB americano abaixo das expectativas e os protestos internos contra o governo do Egito trouxeram mais apreensões e volatilidade aos diversos mercados, inclusive com alta importante do petróleo.”
Esses fatores, na opinião do administrador de investimentos, foram responsáveis pelo fraco desempenho das Bolsas de Valores. A Bolsa paulista fechou o mês com perdas de 3,94%, enquanto o dólar terminou janeiro com valorização de 0,60%, um pouco melhor que a poupança, que teve alta de 0,57%.
A expectativa de alta da taxa básica da economia brasileira se confirmou, com a Selic subindo para 11,25%, mas o aumento não foi considerado suficiente para conter a escalada dos preços. Apesar da elevação da taxa, Colombo afirma que o mercado continua atento às contas do governo. “O mercado quer ver como o governo vai conter a pressão inflacionária e a questão fiscal”, diz ele.
IG
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