sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Classe C vai às lojas e compra passagem aérea à vista

Consumidores de baixa renda querem viajar de avião, mas alguns não confiam em meios de pagamentos digitais e temem o endividamento

 

 

O massagista Francisco Alailton, de 32 anos, quer visitar a mãe e os irmãos em Fortaleza (CE). Residente em São Paulo há 21 anos, ele nem pensa mais em viajar de ônibus. Como não confia em compras online, ele passou na única loja do Voe Fácil da Gol, no Largo 13, na zona sul de São Paulo, para pesquisar os preços das passagens aéreas.
Francisco guarda todas as horas extras que recebe para viajar nas férias, valor que varia entre R$ 2 mil e R$ 3 mil todos os anos. E, na hora de pagar, nada de parcelamento. Ele só compra à vista. “Pagar à vista não dá dor de cabeça”, diz.
Com uma renda de R$ 1.900, o massagista faz parte da classe C, grupo de consumidores com renda familiar entre R$ 1.115 e R$ 4.806, que já responde por dois terços dos novos viajantes de avião, de acordo com dados do instituto Data Popular. De olho nesses clientes, as companhias aéreas apostam na venda presencial, em lojas próprias ou em redes varejistas, operações ainda restritas a São Paulo.
Os preços são os mesmos oferecidos na internet, mas, nestes locais, os clientes recebem um atendimento personalizado. Eles aproveitam para tirar dúvidas sobre o que levar na bagagem e quanto tempo antes devem chegar ao aeroporto. “O cliente que compra passagem em Congonhas paga mais para viajar no melhor horário. Já os que compram passagens aqui, aceitam qualquer horário pelo menor preço”, diz uma atendente da Gol.
A maior parte dos clientes que vai às lojas compra passagens para o Nordeste, em geral, para visitar familiares, de acordo com as companhias aéreas. As campeãs de vendas são Recife, Salvador e Fortaleza.

IG Economia

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